Nos últimos cinco anos assistiu-se a uma forte retração no investimento em obras de beneficiação e conservação dos edifícios. O envelhecimento crescente do parque habitacional português e a ausência de oferta de construção nova implicam que as mudanças de habitação se realizem entre edifícios já com alguma idade, onde as condições gerais do imóvel têm um peso muito significativo na escolha da nova casa e na sua consequente valorização.
O sector de administração de condomínios tem operado numa dicotomia, entre o agravamento dos problemas dos condomínios e o crescimento da atividade. Porém, é precisamente devido ao agravamento dos problemas do parque habitacional que se regista um crescimento da atividade deste sector, tendo em conta o aumento da necessidade de recorrer a profissionais qualificados e especializados que, em conjunto com os condóminos, encontrem as melhores soluções para a gestão e conservação dos edifícios.
O principal desafio da atividade da administração de condomínios em Portugal é a questão cultural. Ao ritmo de vida atual é muito difícil encontrar condóminos com capacidade, vontade e disponibilidade para assumir uma função cada vez mais exigente. A maioria dos condóminos não participa nas decisões do condomínio e falta, sistematicamente, às assembleias de condóminos, um factor que revela que se considera que os problemas do condomínio são responsabilidade dos outros.
Esta mudança de paradigma só será possível quando houver a perceção real de que o condomínio é de todos, e que as decisões impactam diretamente o bem-estar de cada família e a valorização, ou desvalorização, do seu património imobiliário.
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