“Essa dinâmica deriva mais do Grande Porto e Lisboa, que é onde tradicionalmente temos as casas de porteira, portanto no resto do país praticamente isso não é relevante”, afirmou à Lusa o diretor executivo da LDC, Paulo Antunes, advogando que “como há muito tempo já não é quase possível recrutar porteiras, isso tem vindo a levar que as casas vão para outros destinos, principalmente para conseguirem alguma receita para fazer face a outras despesas”.
De acordo com o responsável da LDC, a dinâmica de venda de casas de porteira tem-se verificado “ao longo dos últimos anos, da última década”, tendo em conta a não-utilização das mesmas.
“Não posso, neste momento, dizer que temos agora, nesta fase, um incremento maior da venda, ou seja, tem gradualmente vindo a acontecer e, por norma, acaba por estar colado à necessidade não da venda para realizar dinheiro, mas a venda porque precisam de fazer obras. Então, como não há dinheiro, os condóminos não têm dinheiro, têm ali um recurso e acabam por optar pela venda, assim como pelo arrendamento”, explicou Paulo Antunes, indicando que existem mais casas da porteira em arrendamento para habitação do que propriamente a serem vendidas e a saírem da esfera do condómino em definitivo.
As casas de porteira concentram-se nas zonas mais antigas das cidades de Lisboa e do Porto, disse o representante da LDC, referindo que “foi uma moda de uma determinada época que hoje em dia já nem sequer se verifica”.
“Claramente que já não existe essa utilidade […], tem havido uma migração desse tipo de serviços, da tradicional porteira, para empresas externas que se contratam”, reforçou Paulo Antunes, avançando que “muitos dos condomínios mais recentes nem sequer já têm casa de porteira”.
Questionado sobre o uso de casas de porteira para investimentos no setor do turismo, o diretor executivo da LDC disse desconhecer qualquer caso de transação ou arrendamento destas frações para alguém que é operador do alojamento local ou com esse fim.
“Não tenho conhecimento. Não quer dizer que não possa existir pontualmente, mas não o vejo como fenómeno direto de venda da casa da porteira para alojamento local”, frisou.
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